quinta-feira, 23 de fevereiro de 2012

Livro traz artigos sobre consumo e sustentabilidade

Na semana passada, foi lançado em São Paulo o livro “Mundo Sustentável 2 – novos rumos para um planeta em crise”, de André Trigueiro, um dos mais importantes nomes da atualidade no jornalismo ambiental.
O livro traz reportagens do jornalista publicadas em diferentes veículos de comunicação, além de artigos de 35 especialistas sobre o tema da sustentabilidade. Nomes como o sociólogo Sérgio Abranches e o escritor indígena Marcos Terena estão presentes no livro, assim como Lais Fontenelle, coordenadora de Educação e Pesquisa do Criança e Consumo, que escreve sobre os impactos do consumismo infantil na sociedade. Aliás, esse é um tema que tem despertado interesse de André Trigueiro, que também comentou sobre o problema em matéria veiculada na rádio CBN em 2009. Vale a pena ouvir.


Tijolo ecológico é feito com mistura de barro e manipueira

Santana do Cariri – A manipueira, um líquido que sobra da prensagem da mandioca, está sendo utilizada na produção de tijolos ecológicos, o chamado tijolo de adobe de terra crua e moldado em fôrmas artesanalmente. A grande vantagem é que o processo de fabricação não exige a queima do tijolo. É só misturar o barro com a manipueira, colocar na fôrma e deixar ao ar livre. Ao contrário do produto convencional, que é queimado com lenha, o tijolo de adobe aproveita a luz solar.
Os elementos químicos presentes no líquido fazem o papel do fogo, pois sua evaporação endurece a peça do mesmo modo que o fogo faria. Esse processo reduz o uso de água, poupa a matriz calorífica, que é a lenha, evitando o desmatamento e a emissão de gases com a queima.
Outra vantagem é a não poluição do meio ambiente. “Este é o grande mérito do processo”, diz o técnico da Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Ceará (Ematerce), Acácio Moraes, destacando que o trabalho é executado dentro dos princípios da construção ecológica, buscando o mínimo impacto ambiental, enfocando a utilização de materiais regionais e valorizando a mão-de-obra local.
É uma técnica de construção natural em que o principal recurso utilizado para construí-lo é o barro, que é encontrado no próprio local da construção. Acácio explica que o processo não é novo. O adobe foi utilizado por todas as grandes civilizações. Pode-se tomar, por exemplo, o material para construir a Muralha da China, já que em boa parte de sua construção o bloco de adobe foi utilizado. No Brasil, este modelo de alvenaria foi trazido pelos portugueses, ainda durante a colonização.
“A construção feita com este tijolo torna-se muito resistente. O interior das casas fica muito fresco, suportando muito bem as altas temperaturas. Em regiões de clima quente e seco, é comum o calor intenso durante o dia e sensíveis quedas de temperatura à noite. A inércia térmica garantida pelo adobe minimiza esta variação térmica no interior da construção”. Ao fazer este comentário, Acácio acrescenta que a restauração dessa técnica de fabricação de tijolo é de fundamental importância para evitar o desmatamento da Serra do Araripe.
O exemplo vem da natureza. O joão-de-barro, conhecida ave nordestina, constrói seu ninho de barro em forma de forno, misturando palha e esterco seco com barro úmido. O ninho suporta chuva e sol por muito tempo. “É assim que nós fazemos”, compara o agricultor José Ivanildo dos Santos, destacando que a maioria das casas do Sítio Cajueiro é de tijolos crus.


Família de agricultora já aguarda conclusão de casa feita com o tijolo ecológico de manipueira . Foto: Antonio Vicelmo.

Peculiaridade

O ninho do joão-de-barro consiste em uma bola de barro, dividida em dois compartimentos. A porta, que permite ao pássaro entrar sem se abaixar, impede que o vento atinja o interior, pois é sempre voltada para o norte. Macho e fêmea ocupam-se ativamente da construção, transportando bolas de barro que são amassadas com os bicos e com os pés.
Outra peculiaridade da casa é a localização da porta de entrada, estrategicamente posicionada na direção contrária à chuva e ao vento. Os agricultores dizem que, quando o joão-de-barro faz a porta de entrada do ninho virada para o nascente, é sinal de que o ano vai ser seco. Até hoje os ornitólogos (estudiosos das aves) não sabem como o joão-de-barro desenvolveu essa habilidade, que o mantém protegido das intempéries. Após cerca de duas semanas, o ninho fica pronto e a fêmea põe seus ovos.
O agricultor José Veranildo Ângelo da Silva, que está construindo sua casa com tijolos crus na Vila Cajueiro, diz que um milheiro de tijolos crus custa R$ 40, enquanto o tijolo de bloco chega em cima da serra por mais de R$ 300 um milheiro. “A economia é mais de 80%”, estima o agricultor. O pedreiro Esmerino Cabral tem os cálculos na cabeça. Enquanto um metro quadrado de parede com bloco consome somente 25 tijolos, o mesmo espaço é feito com 50 tijolos de adobe, o que aumenta um pouco os custos e a mão de obra. Mas esta diferença é diluída no assentamento.


Esmerino Cabral, pedreiro, constrói casa utilizando o tijolo ecológico. O produto, ainda feito em escala artesanal, proporciona conforto ambiental para os moradores do imóvel. Foto: Antônio Vicelmo.


Material consistente

O tijolo cru não precisa de cimento. Do ponto de vista técnico, segundo o pedreiro, a parede com tijolo cru é mais consistente. Mesmo assim, a maioria das casas de farinha da Serra do Araripe continua desperdiçando a manipueira no solo.
A Ematerce, que vem acompanhando o processo de fabricação de farinha e goma, está incentivando o aproveitamento do resíduo, não somente na fabricação de tijolos, mas também como fertilizante, substituindo os agrotóxicos das lavouras, sendo um defensivo natural contra formigas, carrapatos e doenças que atacam as lavouras.
Também pode ser utilizado na produção de vinagre para uso doméstico e comercial, na produção de sabão, adubo orgânico e ração animal.
Acácio acrescenta que o objetivo do projeto é deixar evidente que existem alternativas possíveis de serem postas em prática, com processo simples, utilizando-se “terra crua”, que há milênios é empregada na construção de moradias, buscando soluções para estes graves problemas e sem danos ambientais.
O tijolo cru, segundo o técnico da Ematerce, pode ser uma alternativa viável para diminuir o custo desse componente na construção civil, e, conseqüentemente, na construção de novas casas populares.

Fique por Dentro 
Líquido tem grande potencial de nutrientes

A manipueira, que em tupi-guarani quer dizer “o que brota da mandioca”, tem um grande potencial de nutrientes. Pode ser utilizada como fertilizante natural, substituindo os agrotóxicos das lavouras, sendo um defensivo natural contra formigas, carrapatos e doenças que atacam as lavouras. Na produção de vinagre para uso doméstico e comercial, na produção de tijolos para a construção e na produção de sabão. A manipueira é rica em substâncias químicas como nitrogênio, fósforo, potássio, cálcio, magnésio, enxofre, ferro, zinco, cobre, manganês, boro, cianeto livre e cianeto total. Com assistência técnica, este líquido, que costuma ser desperdiçado, pode ser utilizado como ração animal.

Fonte: Regional – Diário do Nordeste. 

segunda-feira, 6 de fevereiro de 2012

Você sabia que 7 de fevereiro é o Dia da Internet Segura?


O Dia da Internet Segura é uma iniciativa anual que mobiliza mais de 70 países para promover o uso seguro e responsável da Internet. Criada pela Rede INSAFE, que agrupa as organizações que trabalham pelo uso consciente da Internet nos países da União Européia, aqui no Brasi a data é divulgada pela ONG SaferNet e será comemorada em 7 de fevereiro. Em 2012, o tema será "Conectando gerações e ensinando uns aos outros: descobrindo o mundo digital juntos...com segurança". 

Que a internet pode ser um lugar perigoso para as crianças, devido a questões como pedofilia, violência e cyberbullying, todo mundo sabe, mas existem outras questões importantíssimas que ainda são pouco discutidas, como a publicidade e o apelo ao consumo na web.

Recentemente, a colunista Martha Mendonça comentou sobre o post de um blog canadense mostrando o quanto a marca Apple influencia a todos, começando pelas crianças. Segundo relato no blog, na aula de francês de uma turma de Jardim de Infância de Vancouver, a professora pediu que os alunos escrevessem palavras começadas com a letra “i”. No ranking das dez palavras mais apresentadas pelos alunos, poucas não são Apple. Ou seja, as crianças de hoje já crescem sabendo o que significa uma marca e a relacionam com internet.

As redes sociais também têm se tornado cada vez mais uma arma dos anunciantes. O Facebook está recheado de publicidades, que podem não ser diretamente focada nas crianças, mas que acabam despertando uma curiosidade nos pequenos. Em 2011, o Facebook baniu 20 mil crianças com menos de 13 anos por dia, que burlam suas informações pessoais para entrar na rede. No entanto, muitas continuam por lá.


A agenda completa de atividades está disponível no site do Dia da Internet Segura. Há ainda, no site, a oportunidade de colaborar com o evento contando uma história sobre o uso  passivo da Internet, além de jogos educacionais.


Fonte: Consumismo e Infância.

sexta-feira, 3 de fevereiro de 2012

Levar marmita para o trabalho é opção saudável e mais barata; veja dicas

Levar comida de casa para o trabalho pode fazer bem para o seu bolso e deixar suas refeições muito mais saudáveis, principalmente em relação ao maior controle que se tem sobre os alimentos.
"O bom é que você pode preparar a comida com menos gordura e mais higiene. É possível elaborar um prato saudável e evitar as ‘besteiras’ que comumente as pessoas colocam no prato em restaurantes self service ou fast foods”, explica Flávia Morais, nutricionista e coordenadora do departamento de nutrição da rede Mundo Verde, empresa especializada em produtos naturais.

Para Nadia Cozzi, consultora em alimentação consciente, investir na marmita (em vez atacar os restaurantes por quilo nas redondezas do trabalho) é uma opção mais barata e oferece ainda outro tipo de vantagem: "É possível optar por alimentos orgânicos livres de transgênicos, agrotóxicos, promotores de crescimento e aditivos químicos”.

Cuidados

Segundo as especialistas ouvidas pela reportagem, a melhor forma de ter uma alimentação equilibrada é adotar um cardápio variado e com alimentos de todos os grupos. Assim, estará contemplando os nutrientes necessários para a manutenção da saúde.
Por uma questão de preservação da saúde, elas recomendam evitar frituras, alimentos industrializados e doces em excesso. Evite também o consumo de comidas prontas/congeladas, como lasanhas, estrogonofe e afins. Esses alimentos têm grande quantidade de gordura e de sal que são prejudiciais à saúde e possuem poucos nutrientes.

A marmita não deve ficar fora de refrigeração. O correto é a marmita ficar na geladeira até o momento de sair de casa. E durante o transporte ela deve ser levada em uma sacola térmica. Ao chegar ao trabalho ela deve imediatamente ser colocada na geladeira. Além disso, para garantir a qualidade do alimento, a refeição deve ser preparada no máximo um dia antes do consumo.

Evite também levar alimentos que exalam odores fortes, como pimentão, couve-flor. Sem contar os que estragam com maior facilidade, como peixes, cremes, molhos de tomate, maionese, entre outros.
Não consuma os alimentos quando a marmita for deixada por mais de um dia na geladeira da empresa. Neste caso, a refeição deve ser descartada para evitar o risco de contaminação. O risco do alimento estar impróprio para consumo é grande. Até porque geladeiras de empresa são usadas por muitas pessoas e acabam sendo abertas mais vezes o que aumenta a chance da marmita estragar.
No caso de pessoas que não consomem carne, por exemplo, o ideal é escolher alimentos vegetais que sejam boas fontes de proteínas, como feijões, ervilha, lentilha, grão de bico e principalmente a soja; oleaginosas como nozes, amêndoas, castanhas; e ainda o ovo que é também é fonte de proteína.
 Os recipientes de vidro e inox são menos porosos e, portanto, mais facilmente higienizados. Uma vez que a porosidade possibilita o acúmulo de microsujidades. De qualquer forma, utilize preferencialmente a marmita de vidro. Marmitas de plástico ao serem aquecidas podem liberar para o alimento bisfenol A, uma toxina relacionada a um maior risco de câncer. Marmitas de alumínio podem liberar o metal para o alimento, podendo causar uma intoxicação.

“A orientação à população em geral, não somente em marmitas, é a prática da alimentação equilibrada, com um cardápio variado e alimentos de todos os grupos. Por exemplo: arroz, batata ou massa; feijão, lentilha, ervilha ou grão de bico; legumes e verduras; e carnes magras ou ovos”, afirma a nutricionista Dra. Celi Kussumoto.

Alimentos que não podem faltar em sua marmita, segundo as especialistas:


Leguminosas: feijões, grão de bico, lentilha, ervilha e soja. Podem ser consumidos cozidos com o caldo ou na forma de salada. São fontes de proteína, fibras e vitaminas do complexo B;
Cereal integral: arroz integral, quinoa em grãos ou amaranto em grãos. Boa fonte de carboidratos que nos dão energia, fibras, vitaminas e minerais;
Proteína: ovo cozido, frango ou peixe grelhado ou soja. Nutriente importante para a manutenção dos tecidos do nosso corpo;
Legumes variados: são fontes de vitaminas, minerais e antioxidantes;
Salada de folhas variadas: procure regar a salada com azeite de oliva extravirgem. Além de fibras, são fontes de vitaminas, minerais e antioxidante.

Gastos

Um estudo divulgado na última sexta-feira (27) aponta que o almoço fora de casa custa, em média, R$ 27,46 no Brasil. Em comparação com o mesmo levantamento apresentado em 2011, esse resultado apresentou alta de 2,54% no índice do preço da refeição neste ano.

De acordo com o consultor de planejamento financeiro pessoal Augusto Saboia, pequenas mudanças podem resultar em grandes resultados. E quando o assunto é levar comida de casa, o especialista afirma que o profissional que economiza o dinheiro do almoço consegue juntar até R$ 5 mil por ano.

“Muitas pessoas me olham e dizem ‘Saboia eu ganho R$ 10, R$ 20 de almoço e sou louco para ir para Disney (...), mas não tenho dinheiro’. E eu digo – por que não vai? Duzentos e cinquenta dias [de refeição fora de casa] a R$ 20 são R$ 5 mil. Como é que você não tem dinheiro?”, brinca o consultor.

“Traz de casa, compra uma salada (...). Ninguém vai lembrar como você comeu salada e filé de frango. E sim como foi sua viagem para Disney (...). Isso não é uma perda é uma troca”, ressalta.


Fonte: De Bruna Souza Cruz, do UOL, em São Paulo.