segunda-feira, 30 de abril de 2012

Rio+20 é tema de discussão em encontro de mulheres produtoras no Sertão do Pajeú

Entre os dias 02 e 04 de maio, a Casa da Mulher do Nordeste realiza no Sertão do Pajeú um encontro para discutir a “crise climática” e seus impactos sobre as mulheres, tema que será discutido na Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável, que acontece no Rio de Janeiro em Junho de 2012. Está previsto a participação de 80 mulheres agricultoras e artesãs de Recife e Região Metropolitana, Sertão do Pajeú e do Nordeste.
A programação abre com a mesa sobre Incidência em Políticas Públicas: Rio + 20, com a presença de Nara Correa, do Comitê Pernambucano para o Rio+20, Dilce Feitosa, ativista do movimento ambientalista, e Gabriela Monteiro, assessora do Movimento de Mulheres Trabalhadoras Rurais do Nordeste.  No segundo dia, as mulheres do projeto Tecendo um Nordeste Solidário apresentam experiências interessantes no campo ambiental e produtivo no chamado “Carrossel de experiências”, momento em que são socializadas ações dos grupos de produção para um desenvolvimento social e sustentável. No mesmo dia, debatem com Lia Beltrão, da aliança Empreendedora, sobre Gestão Produtiva e Sustentabilidade.
O evento promete ser um espaço de reflexão e de socialização de práticas por um modelo de desenvolvimento sustentável, com o objetivo de fortalecer a participação das mulheres no processo preparatório da Rio+20.

Sobre a Rio+20 - De 21 a 23 de Junho, o Rio de Janeiro será sede da Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável, a chamada Rio+20. O evento celebrará os 20 anos da ECO92, considerada até hoje a mais importante conferência ambiental mundial por ter incorporado os desafios ambientais e climáticos na agenda política global e ter consagrado o conceito de desenvolvimento sustentável.  Entre os temas que estão na pauta oficial estão: a economia verde no contexto de erradicação da pobreza; a governança ambiental global, e uma avaliação dos ciclos de Conferências da ONU nos anos 90.  Em paralelo a Rio+20 acontece a Cúpula dos Povos que reunirá movimentos sociais e organizações da sociedade civil organizada, na realização de um espaço plural de denúncia das causas estruturais da crise global e das novas formas de reprodução do capital.

Serviço:Seminário Incidência em Políticas Públicas: Rio + 20.
Dias: 02 a 04 de maio
Hora: 9h
Local: Hotel de Brotas – Afogados da Ingazeira, Pernambuco.

Programação:1º DIA - 02.05 – Quarta-feira
Manhã
8h às 9h - Credenciamento
9h - Mesa Política:  Incidência em Políticas Públicas: Rio + 20.
Coordenação da Mesa: Célia Souza – Célia Souza (Coordenadora do Programa Mulher e Vida Rural da CMN)
Palestrantes:
Gabriela Monteiro - Assessora do Movimento de Mulheres Trabalhadoras Rurais do Nordeste/MMTR-NE
Dilce Feitosa - Ativista do Movimento Ambientalista
Nara Correa – Comitê Pernambucano para o Rio + 20
10h - Debate na Plenária
12h às 13h30 – Intervalo para o Almoço
Tarde:
14h - Apresentação da Trajetória do Projeto: Desafios e Perspectivas  "Tecendo um Nordeste Solidário: Mulheres Urbanas e Rurais fortalecendo sua cidadania e autonomia econômica” – com Itanacy Oliveira, da Casa da Mulher do Nordeste
15h – Trabalhos em Grupo

2º DIA - 03.05 (Quinta-feira)
Manhã
8h30  - Carrossel de Experiências
11h  - Mesa : Gestão Produtiva e Sustentabilidade , com Lia Beltrão (Aliança Empreendedora)
11h30 – Debate
12h às 13h30 – Intervalo para o Almoço
Tarde
14h - Socialização dos Planos das Redes para 2012 - Trabalhos em Grupos
16h - Intercâmbio com a experiência da Comunidade Xique-Xique
3º DIA - 04.05 (Sexta-feira)
Manhã
8h - Avaliação Geral do Encontro
Próximos Encaminhamentos
12h30 - Finalização e almoço
 

segunda-feira, 16 de abril de 2012

O olhar das mulheres sobre a produção e o consumo de alimentos é tema de encontro no Rio de Janeiro

Mulheres populares de Pernambuco marcam presença no encontro. Pela Casa da Mulher do Nordeste, a agricultora Silvia Maria leva na bagagem sua experiência com o consumo consciente de alimentos do Sertão do Pajeú.

Nesta semana, mulheres com representatividade de todo o Brasil se reúnem para analisar a produção e o consumo de alimentos no país. O evento que acontece nos dias 19 e 20 de abril, no Rio, é mais uma ação da Campanha Cresça, da Oxfam Internacional com parcerias de ONGs brasileiras. A campanha é uma resposta a crise de alimentos que perpassa pelo mundo, na perspectiva feminista e da soberania e segurança alimentar.

O objetivo do evento é construir convergências, a partir da crítica ao alimento como mercadoria e do acúmulo e atuação dos movimentos e organizações participantes. E a partir disso, construir uma agenda comum na construção de um modelo sustentável de produção e consumo para um futuro compartilhado em torno do direito a alimentação, saúde e bem-estar. Representando Pernambuco, além da Casa da Mulher do Nordeste, estarão as agricultoras Rosália Silva, do Movimento de Mulher Trabalhadora Rural do Nordeste e Jaidete Vicente do Centro das Mulheres do Cabo. “Aqui trabalhamos com horta comunitária, não colocamos adubo nem agrotóxicos. O cuidado que temos com a produção reproduzimos para a comunidade. Além de trabalharmos com derivados de alimentos, tudo saudável.”, disse Jaidete sobre a sua experiência com a produção de alimentos.
Na luta para alimentar a família, as pessoas vivem na pobreza são frequentemente exploradas ou marginalizadas pelos desequilíbrios de poder no sistema produtivo de alimentos. Mas elas podem reagir e reagem ao se unirem para reivindicar seus direitos e aumentar sua força, através da formação de organizações e redes. Para Silvia Maria, agricultora e presidente do Grupo Heroínas do Sertão e da Rede de Mulheres Produtoras do Pajeú e também monitora do Projeto Mulheres Tecendo um Nordeste Solidário, do município de Flores, esse será um momento importante para discutir as experiências com alimentos agroecológicos. “Quando falamos de alimentos saudáveis, não podemos deixar de lembrar toda a técnica que é necessária para a produção, como os quintais produtivos, o reaproveitamento da água através das cisternas de calçadão (que é exclusiva para a criação de pequenos animais e das hortas). É também se preocupar com o desmatamento e reflorestamento, a poluição, e a produção de agrotóxicos. O Consumo Consciente e Solidário perpassa também toda cadeia produtiva, não apenas o consumo final”, disse.   
Cresça – é uma campanha que promove iniciativas positivas para mudar a maneira de como produzimos, consumimos e pensamos a respeito dos alimentos. Na luta por uma vida com baixo consumo em carbono, pela soberania alimentar e pelo direto a alimentação. A campanha “Cresça” é uma ação da Oxfam Internacional com parcerias de ONGs brasileiras, no trabalho com consumidores, produtores, comunidades, movimentos sociais e outros como eles para construir mudanças decisivas em todo o planeta.

A Economia Solidária e a Rio +20: Por uma economia nas mãos dos 99%

A diabetes é uma doença crônica exigente. Trata-se da incapacidade do corpo processar a glicose, que pode então existir em excesso e com isso gerar graves problemas para a saúde, desde a cegueira à morte. As causas são normalmente uma predisposição genética, mas ela se manifesta no caso de uma alimentação inadequada (excesso de carboidratos e açúcar) e vida sedentária. Quando o nível de glicose aumenta demais, é necessário injetar insulina no corpo, uma proteína que consegue processar a glicose, mas que tem também seus efeitos colaterais se utilizada em excesso. Resumindo, quem tem diabetes precisa alterar totalmente o seu modelo de alimentação e de vida: reduzir o consumo de açúcar, modificar seus hábitos alimentares, praticar exercícios físicos. A insulina é um pacote emergencial que não resolve efetivamente a situação, mas alivia uma crise.

O que isso tem a ver com a Economia Solidária e a Rio +20? Bem, imaginemos um médico que diga a um paciente de diabetes que encontrou uma solução mágica. Um novo alimento, delicioso, que não exige que se mude nada da sua alimentação, nem do seu modelo de vida. Vamos supor que este alimento é produzido da glicose, que por sua vez é a base do açúcar. É possível uma solução proposta a partir da própria glicose resolver a diabetes, e com isso livrar o paciente de ter que mudar seu estilo de vida? Esta solução é a Economia Verde.

A doença de diabetes é a atual crise da humanidade. A insulina são os pacotes estatais de ajuda de bilhões de dólares para salvar bancos e grandes empresas. A glicose é o poder das grandes corporações e a financeirização e mercantilização da vida. A Economia Verde nada mais é que uma tentativa de solucionar a crise com os mesmos elementos que a geraram. E a alimentação e modo de vida é o modelo de desenvolvimento. Se não atacamos a raiz dos problemas, o resto é invencionice para tentar manter tudo do jeito que está. E é isso que os “médicos” do capitalismo querem oferecer como solução mágica na Rio +20, sob a égide do bonito nome “Economia Verde”. Uma falácia.

Esta falácia se torna crime contra a humanidade quando constatamos que há alternativas à crise. Alternativas que mexem nas estruturas de poder, no modelo de desenvolvimento e produção agrícola e industrial. Que mexem na forma como se faz a economia. O caminho se encontra nos territórios, nas pessoas, numa economia centrada na vida e nas mãos dos 99% da população, como dizem os indignados em centenas de ocupações pelo mundo.

A Economia Solidária traz contribuições para uma efetiva cura desta doença civilizatória que estamos vivendo.

Para começar, o fato de não diferenciar entre quem é dono do empreendimento e quem é trabalhador faz com que as reações da Economia Solidária a momentos difíceis não gere desemprego. O “corte de mão de obra” não é uma via possível na Economia Solidária: como todas e todos são sócios, arcam com a responsabilidade e buscam outras formas de lidar com a situação. Já nas empresas convencionais, a primeira coisa que se faz num momento de baixo crescimento é a demissão em massa, descartando seres humanos de seus lugares de trabalho, de modo a manter os lucros e ganhos dos acionistas acima de tudo.

A Economia Solidária se baseia na autogestão, ou seja, no exercício da democracia nas relações econômicas e de produção dentro de um empreendimento. E todos sabemos que a democracia é uma das grandes conquistas da humanidade: onde não há democracia, há o poder indiscriminado e os abusos, como é o caso da ciranda financeira e do controle das economias por poucos agentes econômicos poderosos. A Economia Solidária contribui com uma democratização da economia. É uma economia nas mãos das pessoas.

A base prática da Economia Solidária é a cooperação, a solidariedade, a territorialização e a equidade de gênero, raça e etnia. Isso é um antídoto aos principais malefícios advindos da competição desenfreada, da desterritorialização dos espaços a partir dos mercados globais que destróem o jeito de ser de cada comunidade e os vínculos comunitários e de reciprocidade, e da hegemonização da propaganda de um modo único de ser no mundo: um jeito consumista, individualista e desconectado da vida. Mas um tipo de economia nas mãos das pessoas é viável para atender às necessidades de todas e todos?

Para responder a esta pergunta, é importante apontar uma outra falácia vendida para nós: a de que as empresas e corporações capitalistas são eficientes e não dependem de apoio do governo. É o exato contrário: elas recebem subsídios, isenções tributárias; financiamento abundante e barato (só em 2010 o BNDES efetuou mais de 190 bilhões de reais em empréstimos, praticamente tudo para grandes empresas e corporações, a juros irrisórios e quase sem condicionantes); obras de infra-estrutura (portos, desvios de rios, mega hidroelétricas, estradas, ferrovias) construídas por empresas privadas com recurso público e destinadas à logística empresarial privada; fomento na forma de acesso das empresas a universidades públicas para pesquisas, entre outros benefícios. As empresas privadas vivem do governo, por isso financiam campanhas eleitorais e têm em suas mãos o congresso nacional e câmaras municipais e estaduais.

Já a Economia Solidária não tem tido nenhum tipo de apoio direto. Um empreendimento solidário tem que se virar em ambientes extremamente adversos, sem capital, sem assessoria técnica, com uma carga tributária pesadíssima. E ainda sim, temos mais de 20 mil empreendimentos solidários no Brasil (não se sabe a quantidade exata, pois os mapeamentos não atingiram todo o país). Isso é prova de viabilidade em condições precárias. Imagine se a Economia Solidária tivesse a mesma quantidade de benefícios, isenções e apoios públicos que é oferecida às empresas capitalistas? Quem é mais viável neste caso, ou seja, quem dá mais felicidade às pessoas, mais proteção ambiental, responde mais aos anseios e necessidades de cada comunidade, bairro e cidade? Quem trabalha num empreendimento solidário é um/a cidadã/o ativa/o, que vê sentido no que faz, o que é bem diferente de um operário de uma empresa mundial que é explorado dia e noite por algum proprietário e acionistas que moram em São Paulo ou Nova Yorque, e que não se interessam pela comunidade em que este operário está nem por seu futuro.

Estamos nos aproximando da Rio +20, em junho de 2012. Este grande encontro internacional só terá sentido se o próprio modelo de desenvolvimento e as estruturas que o mantém forem questionados. Dourar a pílula criando novos mecanismos de mercado, os mesmos que geraram toda a crise e concentração de renda e poder que temos hoje será uma grande derrota para a humanidade. Se a Economia Verde sair vitoriosa, simbolizará este fracasso.

Com o objetivo de ampliar o olhar sobre as questões ambientais para além da ótica do poder das grandes corporações, ocorrerá, paralelamente ao evento oficial, a Cúpula dos Povos Rio +20. Nela estão envolvidas várias organizações, redes e movimentos populares, para discutir soluções efetivas para a crise que estamos vivendo. O movimento de Economia Solidária está contribuindo com esta atividade através da Rede Intercontinental de Promoção da Economia Social e Solidária (RIPESS), e aqui no Brasil pelo Fórum Brasileiro de Economia Solidária (FBES).

As propostas do movimento de Economia Solidária para a Cúpula dos Povos Rio +20 ainda estão em construção. Um marco importante neste processo será o Fórum Social Temático em Porto Alegre, no final de janeiro de 2012, em que um dos temas será “Finanças e economia justa, sustentável e solidária”. Outro momento desta construção será o V Encontro Latinoamericano de Economia Solidária, organizado pela RIPESS-Latino América e Caribe, a ocorrer nos dias anteriores à Rio +20.

Mesmo sem estarem definidas, aponto abaixo, em linhas gerais, algumas possíveis propostas da Economia Solidária para a Rio +20:

Alteração dos fundamentos e pressupostos do modelo de desenvolvimento: Alteração de indicadores – submeter a economia à vida, e não o contrário; fim de agrotóxicos e transgênicos; reformas rural e urbana; mobilidade humana; energia descentralizada e de fontes limpas; redução drástica do consumo individual, produtivo e institucional e do uso de automóveis individuais; desenvolvimento a partir das populações e iniciativas econômicas nos territórios, de forma democrática direta; produção agroecológica, e não do agronegócio, etc.

Fomento e apoio a uma Economia Solidária: a garantia efetiva do direito ao trabalho associado, sem patrões nem empregados, e à organização colaborativa em redes solidárias, através de formação e assessoria técnica com base na educação popular, do acesso a crédito e tributação diferenciada, e em programas de priorização de empreendimentos e redes solidários em compras e contratações públicas, etc.

Por um Sistema de Finanças Solidárias: valorização da economia real ao invés da economia financeira especulativa; fomento aos instrumentos populares e democráticos de financiamento, como bancos comunitários, fundos rotativos e cooperativas de crédito, ao invés de sustentar os grandes bancos cuja finalidade maior é o lucro de seus proprietários e acionistas; criação de fundos geridos com a participação de movimentos sociais e governos com o objetivo de fomentar e apoiar iniciativas de economia solidária; orientação das linhas de crédito dos Bancos Nacionais de Desenvolvimento e outros fundos públicos para os empreendimentos de Economia Solidária, através de indicadores e critérios de democracia interna, autogestão, preservação ambiental, equidade de gênero, raça e etnia e enraizamento comunitário.

Por um Comércio Justo e Solidário: alta tributação e divulgação ampla, através de selos e marcas, dos produtos que exploram trabalhadores e geram danos ambientais e sociais; fomento a relações comerciais justas ao longo da cadeia, de forma que os produtores, consumidores e comerciantes possam cooperar de maneira transparente e democrática, como nos sistemas participativos de garantia, no fomento às feiras e comércios locais, nas redes e cadeias de produção, comercialização e consumo solidários, na organização do consumo responsável e coletivo, nas compras e contratações públicas, etc.

Por maior transparência e democracia real nos Estados: proibição do apoio de empresas a campanhas eleitorais, realização de consultas populares e plebiscitos sobre questões estratégicas nos países, construção de mecanismos de participação e controle social sobre os governos e empresas, tanto na elaboração como na implementação de programas e ações, etc.

Além de levar propostas, é fundamental que a Economia Solidária esteja articulada com os demais movimentos sociais envolvidos e as demais pautas. É momento de união na diversidade, de cooperação, inovação e fortalecimento mútuo das organizações do campo popular. Iniciativas neste sentido já vêm ocorrendo, como o Encontro de Diálogos e Convergências em setembro de 2011.

Quando um médico insiste em oferecer como cura da diabetes os mesmos remédios baseados na glicose dos lucros desenfreados e mercantilização da vida, com a roupagem atraente de “Economia Verde”, prometendo que tudo se resolverá sem necessidade de mudança do modelo de desenvolvimento, começamos a desconfiar: será que este médico aí não está sendo patrocinado pelas grandes corporações para defender a sua sobrevida?

É hora de trocar de médico.

Está na hora de trilhar novos caminhos.

Fonte: Por Daniel Tygel para a Revista Rio Ecosol - núm. 3, jan/fev de 2012

segunda-feira, 2 de abril de 2012

Direitos humanos não podem sair da pauta da Rio+20, afirmam organizações da sociedade civil

Cinco representantes de organizações da sociedade civil criticaram nesta terça-feira (27/3) a retirada do tema dos direitos humanos da agenda da Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável, a Rio+20, que ocorrerá entre os dias 20 e 22 de junho no Rio de Janeiro.

Tim Gore, da ONG Oxfam Internacional; Nathalie Rey, do Greenpeace Internacional; Anabella Rosembeg, da Confederação Internacional da União Sindical; Anil Naidoo, da ONG ‘Council of Canadians’; e Sascha Gabizon, da ONG ‘Women in Europe for a Common Future’, realizaram uma coletiva de imprensa na sede das Nações Unidas, em Nova York, EUA, para divulgar uma carta endereçada ao Secretário-Geral da Rio+20, Sha Zukang. A coletiva teve o apoio logístico do Departamento de Assuntos Econômicos e Sociais da ONU (DESA).
“Nós estamos horrorizados e em choque com o que está acontecendo”, afirmou Sascha Gabizon. A carta expressa a preocupação com “uma situação que ameaça gravemente os direitos de todas as pessoas e compromete a relevância das Nações Unidas”. O documento, segundo Anil Naidoo, foi apoiado por mais de 500 organizações de 67 países.

“Os direitos humanos precisam ser levados em conta se a Rio+20 quiser produzir um documento final legítimo com impactos positivos que todos nós esperamos”, afirmou o representante da ONG ‘Council of Canadians’.

Na carta, foram lembradas a ausência de referências ao direito à alimentação e nutrição adequadas, o direito à água potável e limpa e ao saneamento básico, bem como o direito ao desenvolvimento e equidade no documento “O Futuro que Queremos”, que terá sua versão final como resultado da conferência.

Para conferir vídeo da coletiva na íntegra, em inglês, clique aqui.
Para acessar a carta, clique aqui.

Fonte: http://www.onu.org.br